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Mudanças Climáticas e a Indústria Naval: Emissões, Política e Impacto

by Daniel Carvalho

O transporte marítimo é fundamental para o comércio internacional, facilitando o transporte de até 80% dos bens mundiais, desde televisores a bananas. Isto proporciona um meio de transporte vital, eficiente, mas não necessariamente limpo, para uma indústria que enfrenta novas exigências nos seus sistemas e processos.

Contribuição do transporte marítimo para as emissões globais de gases de efeito estufa

Pode não parecer tão significativo numericamente, mas o transporte marítimo ainda contribui com cerca de 3% das emissõesespecificamente gases de efeito estufa. O sector enfrenta exigências importantes para reduzir este número, diminuindo assim o seu impacto ambiental.

Pressão política e implicações para a força de trabalho

Os governos que aplicam políticas, que afectam a forma como as empresas e as corporações devem lidar com a sua produção de emissões, terão, sem dúvida, desafios ao oferecer empregos marítimos aos futuros funcionários. A manutenção dos actuais benefícios do pessoal e dos termos contratuais para novos trabalhadores pode criar incerteza para todas as partes interessadas. Alternativamente, novas vagas em secretariado e administração poderão ser possíveis considerando as novas demandas impostas às empresas.

Motores de navios, uso de combustível e crescimento de emissões

Os motores dos navios são responsáveis ​​pela produção de poluentes que alteram o clima, principalmente o dióxido de carbono. Estes motores poderão ser responsáveis ​​por quase 10% do total das emissões globais até ao ano 2050, às actuais taxas de crescimento.

O óleo combustível pesado e o desafio de uma energia mais limpa

Os combustíveis pesados ​​chamados HFOs ainda são os mais queimados pela maioria dos navios. Este é um combustível particularmente sujo e será um fator crucial no futuro do design de motores. O próprio combustível terá de ser menos tóxico nas refinarias, se isso for possível.

Padrões de eficiência e adaptação da indústria

Serão necessárias diferentes classes de navios para cumprir novas normas baseadas principalmente num valor de base definido como a eficiência média dos navios construídos entre 1999–2009. A intenção é tornar os navios mais eficientes em termos de combustível. Embora as regras estejam necessariamente a mudar, as dificuldades enfrentadas pelos construtores navais e pelos operadores de rotas face a estas mudanças ainda são muito evidentes.

Importância Econômica da Indústria Naval

O transporte marítimo dá uma enorme contribuição para a economia mundial. É vital para o comércio intercontinental, colocando matérias-primas a granel ao alcance de países incapazes de fornecê-las por si próprios.

Crescimento Futuro e Resiliência da Indústria

O transporte de alimentos e a importação/exportação de bens manufaturados simplesmente não seriam possíveis sem o frete através dos mares e oceanos. A dependência deste serviço continua a aumentar e a competitividade dos custos de frete traz benefícios para grande parte da população mundial. As perspectivas para a indústria naval continuam fortes, uma vez que navios novos e mais eficientes, juntamente com a liberalização económica, permitem que os 50.000 navios mercantes nos mares completar suas jornadas essenciais.

Emissões do transporte marítimo e o debate do Acordo de Paris

As opiniões são menos seguras quando se considera o papel desempenhado pelo transporte marítimo nos níveis de poluição mundiais. Ainda não está claro se as emissões dos navios estão sujeitas ao Acordo de Paris, uma vez que estes poluentes são libertados para além das fronteiras nacionais.

Obrigações climáticas globais e incerteza jurídica

As partes envolvidas nas discussões em torno da necessidade de aderir aos acordos assinados dizem que, ao abrigo do Acordo de Paris – cujo pilar central é um objectivo de temperatura – são obrigadas a estabelecer “metas absolutas de redução de emissões para toda a economia”. Isto significa controlar as emissões antropogénicas, emitidas por navios e aeronaves, para que o aquecimento global seja mantido abaixo dos 2 graus Celsius. É possível que as partes que negligenciem estas exigências violem os termos do Acordo de Paris.

O que vem a seguir para o transporte global

O futuro do transporte marítimo está sendo moldado por três forças trabalhando juntas:

  1. Regras climáticas mais rigorosas
  2. Avanços rápidos em combustível e tecnologia de navios
  3. Pressão crescente de investidores, proprietários de carga e consumidores

O comércio global continuará a depender do transporte marítimo. Mas a capacidade da indústria de operar num mundo de baixo carbono já não está garantida. A forma como o transporte marítimo reduz as emissões afetará os objetivos climáticos, a estabilidade comercial, os empregos e a justiça para as comunidades próximas dos portos.

Principais conclusões

  • O envio se move 80% do comércio global e produz cerca 3% das emissões globais
  • Sem ação, as emissões do transporte marítimo poderão aumentar acentuadamente até 2050
  • O óleo combustível pesado está sendo substituído por opções de energia mais limpas
  • As regras da IMO e as políticas regionais estão a pressionar os navios a utilizar menos combustível

Estas mudanças afetarão custos, empregos e cadeias de abastecimento globais

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